Sempre que estivermos pensando em dinheiro, em controle de despesas (#controlededespesas), em poupar ou qualquer outro assunto relacionado com finanças precisamos entender o conceito de juros.
Afinal o que são juros e porque entender como eles funcionam é tão importante?
Antes de definir o que são juros, propomos que vocês gravem o seguinte conceito:
Juros ou você recebe ou você paga!
O poupador recebe juros e vê seu dinheiro crescer
O devedor paga juros e vê seu dinheiro diminuir
Nossos pais e avós, quando era possível, guardavam dinheiro para comprar algo à visita e fugiam dos crediários, dos financiamentos e das prestações. Isso acontecia por vários motivos e o principal deles era a falta de crédito, ou seja, faltava dinheiro disponível para ser emprestado às pessoas e consequentemente quem tinha dinheiro (os bancos) cobrava altos juros. Opa, olha os juros aí...
Hoje em dia existem muitas instituições bancárias que oferecem como seu principal produto o dinheiro. Todos nós vemos todos os dias uma enxurrada de propagandas de Crédito consignado, de Cartão de Crédito, de Crédito para Negativado e tantos outros.
Perceberam que em todas as ofertas existe sempre a palavra crédito?
Então o que é crédito e qual é a sua relação com juros?
Crédito
Crédito nada mais é do que o dinheiro que você pode pegar emprestado em instituições bancárias.
Quantas e quantas pessoas olham os seus saldos no banco e veem escrito lá:
Saldo disponível de R$ $.$$$,$$,
Limite disponível de R$ $$.$$$,$$
Então eles concluem “olha, eu tenho limite e vou usar.” No impulso vai lá e usa o dinheiro do limite, mas não vê que para o uso deste Limite disponível tem juros embutido.
Sabe os juros abusivos? Eles mesmo, são juros de 5%, 8%, 12% ao mês.
Juros compostos de 5% ao mês (a.m.) significa 180% ao ano, ou seja, se você ficar devendo R$1.000,00 para uma instituição bancária que cobra 5% a.m. após um ano você deverá R$2.800,00.
Gravem essa informação: todo o crédito, limite ou qualquer outro sinônimo que estejam usando para te emprestar dinheiro sempre terá juros embutido e normalmente juros altos.
Publicado em: 20 de fevereiro de 2023 – 17:50
Por: Carlos Ruedi
Juros simples
Os juros são o valor acrescentado ao capital inicial no decorrer do tempo.
Juros simples é um acréscimo calculado sobre o valor inicial de uma aplicação financeira ou de uma compra feita a crédito
Exemplo didático:
Você compra algo por R$1.000,00 e o pagamento será feito após 3 meses com o valor de R$1030,00. Neste caso o juro simples é de R$30,00 ou 3%.
Fórmula de cálculo
Juros compostos
Você pode já ter escutado o termo “Juros sobre Juros”, pois isso são juros composto.
Exemplo didático:
Ao invés de você comprar algo por R$1000,00 você investe o valor em uma aplicação que está pagando 1,0% ao mês. Então após os mesmos 3 meses o valor será de R$1.030,30.
A conta funciona assim:
Mês 1:
Valor inicial = R$1.000,00+1,0% Valor final = R$1.010,00
Mês 2:
Valor inicial = R$1.010,00 +1,0% Valor final = R$1.020,10
Mês 3:
Valor inicial = R$1.020,10 +1,0% Valor final = R$1.030,30
Fórmula de cálculo
valor final ($)=(valor inicial ($)×juros(%))+valor inicial ($)
Nossas dívidas bancárias são calculas assim, com juros compostos e é por isso que 5% ao mês representa 180% ao ano.
Publicado em: 20 de fevereiro de 2023 – 17:50
Revisado em: 21 de fevereiro de 2023 - 09:20
Por: Carlos Ruedi
A discussão que toma conta dos noticiários é #jurosbaixojá.
Aqui não temos a pretensão de fazer a análise macroeconômica sobre os motivos pelos quais o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75%. Nosso objetivo é entender de forma simples quais são os impactos em nosso dia a dia e como podemos tomar proveito disso para fazer nosso dinheiro render mais e evitar dívidas que de alguma forma possam ter vínculo com a Taxa Selic.
O que significa a sigla SELIC?
SELIC é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.
Para que serve a SELIC?
De forma simplista, a taxa básica de juros Selic são os juros que o Tesouro Nacional é obrigado a usar para pagar as suas dívidas. O Tesouro Nacional é o Órgão Público Federal responsável por gerir as finanças do Governo Federal. Portanto, neste momento, toda a dívida do Brasil precisa ser paga com juros de 13,75%, isso significa muito dinheiro, mas muito dinheiro mesmo.
Segundo o site do Tesouro Nacional (https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/divida-publica-federal) o Estoque de dívida pública federal é de 6 trilhões de Reais. Logo, se fizermos 13,75% de 6 trilhões de reais o valor será de 825 bilhões de reais.
Pois é, quase toda dívida do Governo Federal é em R$ (Real) e qualquer um de nós podemos ser credores do Governo, basta investir em títulos do Tesouro Direto. Essa é uma tremenda oportunidade para quem tem #controlededespesas e já tem a cultura de #gastoscontrolados.
Sim, nós podemos emprestar e na verdade é o investimento mais seguro que existe. Mas tem que saber escolher o título certo para que você não tenha nenhum risco.
Vamos voltar ao tema central. Qual é influência da Selic em nosso dia a dia e começaremos pelas dívidas ou linhas de créditos oferecidas. A tabela a seguir resume o tema :
Quanto aos investimentos, algumas alternativas de renda fixa como CDBs e Tesouro Selic (LFT) estão vinculadas diretamente a taxa básica de juros (Selic) e em tempo de juros altos são ótimas alternativas, principalmente o Tesouro Selic.
O importante é que se você quiser fugir das ciladas dos juros das dívidas, você precisa ter #controlededespesas, a partir disso começará sobrar dinheiro e então os resultados virão.
Afinal,
O poupador recebe juros e assim vê o dinheiro crescer.
O devedor paga juros e assim vê o dinheiro diminuir.
Publicado em: 21 de fevereiro de 2023 – 19:12
Por: Carlos Ruedi
Guardem esse conceito “A inflação é perversa com os mais pobres”.
Mas antes disso precisamos entender qual é a definição de inflação, quais são os índices oficiais de inflação, o que estes índices medem e por fim quais são os impactos no nosso dia a dia.
Pesquisando as definições disponíveis, encontrei no portal do (InfoMoney) a definição mais simples e objetiva de inflação.
Inflação é um termo da economia usado para explicar o aumento generalizado de preços de bens e serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda.
Na prática vemos a inflação a cada ida ao supermercado, quando encontramos os produtos nas prateleiras cada vez mais caros, ou seja, os preços dos produtos e serviços aumentam e necessariamente para podermos comprar a mesma coisa precisamos de mais dinheiro.
Então, vamos pensar juntos, se a inflação obriga termos mais dinheiro para comprar as mesmas coisas, logo os mais pobres são os que mais sofrem com a inflação, afinal são os que ganham menos dinheiro e esse é o efeito perverso da inflação sobre os mais pobres.
No Brasil existem alguns índices públicos que medem a inflação sobre a sociedade. Cada um destes índices mede os aumentos de preços de produtos e serviços seguindo metodologias específicas.
IPCA é a sigla para Índice nacional de Preços ao Consumidor Amplo
O IPCA é o índice que mede a inflação de uma cesta de consumo com 450 a 460 produtos, para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. A coleta dos preços é feita do 1º ao 30º dia do mês em 11 regiões do país. Periodicidade mensal. O IPCA é o índice escolhido como referência de inflação para o regime de metas adotadas pelo governo. Portanto, o IPCA é a inflação oficial do Brasil
IGPM é a sigla para Índice Geral de Preços de Mercado
IGPM é o índice resultante da média de diferentes índices de variação de preços, sendo
Índice de Preços ao Consumidor (IPC - 30%), que mede a inflação de famílias de 1 a 33 salários mínimos e cesta com 388 produtos;
Índice de Preços no Atacado (IPA - 60%) cesta com 431 produtos;
Índice Nacional da Construção Civil (INCC – 10%).
A coleta é realizada do 21º dia do mês anterior ao 20º dia do mês posterior.
INPC
INPC é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor
INPC tem como objetivo medir o poder de compra dos salários, através da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura populacional de 50% das famílias cuja pessoa de referência é assalariada e pertencente às áreas urbanas das seguintes regiões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju
Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. A população-objetivo abrange as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.
IPCA x IGPM x INPC
Apesar do IPCA ser o índice oficial de inflação do país, o índice que melhor indica quanto estamos sofrendo no bolso mês a mês é o IGPM, pois ele leva em consideração diversos serviços e produtos e não apenas os produtos da cesta básica. Por outro lado, o INPC é um índice muito importante, pois mede a inflação sobre a vida dos mais pobres.
Impactos no nosso dia a dia
A cada ida ao mercado, ao posto de gasolina ou mesmo a farmácia sentimos no bolso os impactos da inflação.
A inflação cria um círculo vicioso, ou seja:
Os produtos aumentam de preços à Os índices medem estes aumentos à Os preços de tudo aumentam para compensar os aumentos indicados nos índices...daí começa novamente.
Mas como isso começa?
Isso tudo começa, quando existe algum tipo de descontrole da Taxa de câmbio (dólar e euro), aumento das comodities (grãos, petróleo e etc.). Estes fatores empurram os preços para cima e assim temos o primeiro passo para a inflação e todos os males que ela traz consigo.
Obviamente que essa é uma simplificação dos parâmetros macroeconômicos, mas a ideia é mais ou menos essa.
Publicado em: 21 de fevereiro de 2023 – 19:43
Por: Carlos Ruedi